Primeiramente, precisamos saber o que é um arquivo RAW:
RAW é um arquivo digital “cru”, capturado diretamente pela câmera, sem compressão e sem processamento de nenhum aplicativo instalado no equipamento. São também conhecidos como “negativos digitais”.
Raw, ou formato cru, é uma denominação genérica de formatos de arquivos de imagens digitais que contém a totalidade dos dados da imagem tal como captada pelo sensor da câmera fotográfica. Tais formatos não podem ter aplicada a compressão com perda de informação, como ocorre com o popular JPEG.
Se você quer fazer boas fotos, use o formato JPEG. Mas, se deseja fotos excelentes – fotografe no formato RAW.
Os arquivos fotografados em raw possuem uma gama de informações imensa, comparados ao formato JPEG, que sofre perda de informações e compressão da imagem.
Consideremos que, por si só, isto já é uma grande vantagem, pois assim temos controle de todas as áreas das imagens, podendo assim, realizar ajustes localizados e recuperar informações em áreas superexpostas ou subexpostas, o que no JPEG não é possível, em se tratando de um resultado satisfatório para obtermos uma imagem de alta qualidade. Podemos também corrigir o balanço de branco (impossível no JPEG!), saturação de cores, contraste e nitidez.
O formato RAW permite que o fotógrafo, ao processar a imagem no seu computador, realize vários ajustes manuais no arquivo, ao contrário do JPEG feito na câmera, que é inteiramente baseado em ajustes automáticos. Com isso, o controle do fotógrafo sobre o resultado final da fotografia é muito maior, garantindo o melhor resultado possível para cada captura.

Na imagem acima, processada no Adobe Ligthroom CC, mostra como as áreas de altas luzes (céu e parede do casarão) foram tratadas para recuperar o máximo possível de informação, bem como os detalhes do telhado e a correção do balanço de branco, obtendo assim, uma imagem mais rica em detalhes e cores, melhorando consideravelmente o seu aspecto geral.
Como o formato cru contém todos os dados da imagem captada pela câmara e uma maior profundidade de cor, em geral 30 ou 36 bits, alguns fotógrafos consideram uma desvantagem o tamanho do arquivo RAW, pois além de ocupar bem mais espaço no seu HD, os arquivos podem ter de duas a seis vezes o tamanho de um arquivo JPEG. Eu, particularmente, não considero isso uma desvantagem. Melhor mesmo é investir em um bom sistema de arquivamento (HDs externos de boa qualidade, armazenamento na nuvem, etc.), pois nunca sabemos quando precisaremos daquela imagem que há tempos fotografamos e necessitamos dar um novo tratamento a ela, não é mesmo?
Só opte por fotografar em JPEG quando o tempo de pós-produção da imagem for curto ou não necessitar de um tratamento profissional mais exigente. Alguns profissionais de web optam por fotografar neste formato, pois não precisarão investir tanto tempo no tratamento que o formato raw exige, agilizando assim o seu workflow.
Como os arquivos RAW são processados?
Profissionalmente, os arquivos raw são processados em dois principais softwares: o Adobe Camera Raw, ou simplesmente Adobe ACR (este produto acompanha o Adobe Photoshop) e o Adobe Lightroom.
O Adobe Camera Raw, que permite importar e aprimorar imagens raw, é uma ferramenta indispensável para fotógrafos profissionais desde que foi lançado pela primeira vez em 2003. Os aplicativos compatíveis com o Adobe Camera Raw incluem Photoshop, Photoshop Elements, After Effects e Bridge. Além disso, o Adobe Lightroom é criado em cima da mesma tecnologia de processamento de imagem raw que alimenta o Adobe Camera Raw.

Acima, um screenshot do ACR.

Acima, a interface do Adobe Lightroom.
O formato DNG – Digital Negativo
Os formatos de arquivos raw são muito mais populares em processos de fotografia digital porque oferecem aos profissionais maior controle criativo. Entretanto, as câmeras podem usar vários formatos raw cujas especificações ainda não foram disponibilizadas, o que significa que nem todo arquivo raw é compatível com todos os aplicativos. Como resultado, o uso desses arquivos raw proprietários como uma solução de arquivamento a longo prazo corre riscos, e compartilhar esses arquivos em fluxos de trabalho complexos é ainda mais desafiador.
A solução para isso é o Negativo digital (DNG), um formato de arquivo de disponível publicamente para arquivos raw gerados por câmeras digitais. Ao solucionar o problema da falta de um padrão aberto para os arquivos raw criados por modelos de câmera individuais, o negativo digital garante que fotógrafos possam acessar seus arquivos no futuro.
Centenas de fabricantes de software, como Apple e Google, desenvolveram suporte para DNG. E fabricantes de câmeras renomados como Leica, Casio, Ricoh, Samsung e a Pentax introduziram câmeras que fornecem suporte direto a DNG.
As extensões de arquivos raw de alguns fabricantes de câmeras são:
- Canon: .CR2
- Nikon: .NEF
- Fuji: .RAF
- Sigma: .X3F
- Panasonic: .RAW, .RW2
- Leica: .RAW, .RWL .DNG
- Sony: .SRF. .SR2 e .ARW.
Veja alguns exemplos:

Nas imagens acima, exemplos de fotografias subexpostas e que tiveram as informações das baixas luzes e cores recuperadas com simples ajustes no Adobe Lightroom.

Acima, exemplo clássico de correção de balanço de branco, o que não é possível em imagens JPEG. Imagem pós-processada no Adobe Lightroom.
Fontes:
Adobe; PhotoPro; Dicas de Fotografia; Canon College; Fotografia-DG;
TecMundo; Foto Dicas Brasil; Aberto Até de Madrugada.
Todas as imagens foram produzidas por ©Beto Amorim.
O artigo pode ser reproduzido desde que citada a fonte e um link para o artigo original.
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